segunda-feira, 24 de março de 2008

Cultura do medo

Ainda reina suprema a cultura do medo! Tenta-se a todo o custo levar a avante agendas políticas e proibições exageradas baseadas no acto de incutir o medo no povo. E não falo apenas do povo norte americano, já conhecido por estas práticas. Falo do povo Português de Portugal.
É ligar o noticiário para se ser constantemente bombardeado com notícias de acidentes, crises, catástrofes, perigos e mortes. A vida parece sempre mais cinzenta aos olhos de um noticiário da TVI ou da SIC.
E agora é a nova do governo. O Ministério da Agricultura preparou um despacho para “…preparar a proibição de sete raças de cães consideradas perigosas e de todos os animais que resultem do seu cruzamento com exemplares de outras raças.”.
É realmente fantástico! Não se consegue ainda perceber neste país que os cães são o que os donos fazem deles! Não é a pré-disposição genealógica, não é a personalidade deles, é o que os respectivos donos querem fazer. É tudo uma questão de educação, essa utopia que aparente começa a ser cada vez menos valorizada…
As raças eleitas são “Pit bull, Rottweiler, Cão de fila brasileiro, Dogue argentino, Staffordshire terrier americano, Staffordshire bull terrier e Toza inu”.
Estes podem até ser cães com um temperamento mais volátil, podem até ser cães que já tenham demonstrado por algumas vezes problemas psicológicos. Mas como eles há outros e à falta de cães considerados “perigosos” haverá sempre outros. Ou será suposto pensar nem que seja por um instante que um rafeiro, um Retriever, até um caniche não pode ser um cão perigoso se treinado para tal?
Se realmente se quer fazer algo então obriguem-se tais raças a estar registadas e apenas serem entregues a donos que passem testes de perfis psicológicos e que demonstrem ser mentalmente responsáveis para ter tal animal.
Mas convençamos-nos que, tal como as armas de fogo, não é proibindo nem entregando tais cães apenas a pessoas capazes que se vão acabar com estas raças, quanto muito aumenta-se o contrabando.
Acabemos com esta cultura do medo e da proibição e deixemo-nos de extremismos! Eduquemos o povo em todos os aspectos e vamos aprender a viver fora da nossa conchinha privada e a ver o mundo com ele é, ter uma perspectiva geral das coisas!